quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O TEMPO ME MOSTRA

O TEMPO ME MOSTRA
Natanael V. Ferreira


Quando olho o tempo, então posso ver...
...crianças sorrindo, mas não de alegria
Homens chorando, mas não de tristeza
Guerreiros lutando, mas não por uma vitória
Valentes na espada perdendo a destreza

Heróis vencendo, mas não rumo ao pódio
Reis sendo coroados, mas não para reinar
Crianças nascendo, mas não para serem ensinadas
Estrelas no firmamento, mas não para brilhar

O tempo me mostra
O tempo me faz ver...

...o sol nascendo, mas não para iluminar
Cantores cantando, mas sem harmonia
O vento soprando, sem achar o seu lugar
Almas clamando, em laços de agonia

Pessoas preocupadas, mas não com o próximo
Multidões se reunindo, mas não para se unir
Como vapor a vida se vai
E o homem não sabe para onde ir

Quando olho o tempo, o tempo me mostra
Quando olho o tempo, estou a refletir

O tempo assim me fala
O tempo assim me faz ver...

O CARCEREIRO

O CARCEREIRO
Natanael V. Ferreira




            Em uma madrugada silenciosa, estava um homem carcereiro, dominado por uma inquietação, assentado à beira de sua cama.
         Apesar de ter um dia de trabalho agitado e assim cansativo, não era isso que lhe causava insônia. A preocupação em seu olhar. O suor que escorria em sua fronte. E uma sede em sua alma que, a cada minuto, se tornava insaciável. Seu pensamento lhe questionava:
         - “O que está acontecendo comigo? O que fiz de errado hoje? Meu trabalho foi normal como todos os outros dias! Minha família está bem, mas... ...minha alma está inquieta e clamando por algo”.
         O dia começou a amanhecer. A madrugada havia passado tão depressa como se fosse composta de pequenos minutos. Sua cama estava intacta, mas, um lenço posto em seu travesseiro, estava tomado por lágrimas. A janela do seu quarto ficou aberta todo tempo, pois seu olhar contínuo procurava respostas nas estrelas do imenso céu escuro. Então, levantando-se, dirigiu-se ao banheiro, tomou um banho refrescante e foi até à mesa para tomar o seu delicioso café. O vazio permanente lhe fazia lembrar da longa madrugada que, outrora, suportou.
         A caminho do seu trabalho, notou que havia uma multidão em alvoroço, quando olhou mais adiante, viu certos homens com vestes rasgadas sendo açoitados com varas. Não dando muita importância à sua curiosidade em saber quem era, dirigiu-se ao posto de serviço para cuidar das celas da prisão. De repente seu nome soou aos corredores, e uma ordem lhe foi outorgada:
         - “Lance estes homens na prisão e os guarde com máxima segurança”.
         Ao anoitecer, o sono lhe sobreveio. Seu corpo estava tão exausto que não suportava tal cansaço, pois, sua noite anterior não havia sido das melhores. Olhou para seu redor, e viu que nenhum mal lhe causaria se, ao menos, cochilasse por uns minutos. Ao estar dominado por um profundo sono e, quando menos esperava, um terremoto o surpreendeu. Quando olhou para as celas achando que todos estavam em fuga, precipitou-se em suicídio, então, um homem lhe bradou em grande voz:
         - “Não te firas com esta espada, pois, ninguém fugiu. Todos nós estamos aqui”.
         Então, o carcereiro caiu trêmulo ante os pés daqueles que, horas atrás, havia prendido. Sentindo que seu corpo não mais conseguia ficar de pé, e que sua alma clamava por salvação, perguntou-lhes:
         - “O que faço para ser salvo?”
         Eles lhe responderam:
         - “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa”.
         E no mesmo instante, não somente o homem se rendeu a tão grande poder como também, minutos depois, sua família recebeu a salvação.
         Sua alma que estava desconsolada. Seu sofrimento e indagações que durara horas. Sua insônia e perturbações. Sua sede e suor preocupante. Tudo agora era passado e havia caído por terra seu jugo, seu fardo. E agora dizia em tom alegre e repleto de alívio:
         - “O carcereiro que um dia aprisionava inocentes agora sente, em sua alma, a liberdade de viver nas asas do vento”.

NO CALVÁRIO

NO CALVÁRIO
Natanael V. Ferreira


Quando olhei para ele no calvário pude ver...
...as mãos de um homem que
sabia trabalhar como carpinteiro.
Tirando as imperfeições da madeira
dando a ela o formato que quisesse.

Quando olhei para ele no calvário pude ver...
...os pés de um homem que caminhava e não parava.
Caminhando por lugares desconhecidos.
Pés que não mediam distâncias.
Não se importavam se estavam no templo
de Jerusalém ou no cemitério.

Quando olhei para ele no calvário pude ver...
...os joelhos de um homem que orava.
Tendo recebido de Seu Pai a doutrina divina.
Conhecedor das leis judaicas.
Joelhos que a cada momento iam ao
lugar de refúgio chamado Monte das Oliveiras.

Quando olhei para ele no calvário pude ver...
...os olhos de um homem observador.
Olhos que enxergavam além da aparência,
trazendo a solução pela qual as almas clamavam.
Não havia multidões que pudessem
obstruir sua visão, pois Ele via aqueles
que eram regidos pela sociedade como
se fossem a escória e marionete do submundo pecaminoso.

Quando olhei para ele no calvário pude ver...
...os lábios de um profundo adorador.
Lábios que proclamaram bem-aventuranças
bem como palavras de salvação.
Um adorador detido pelos cruéis judeus e romanos,
Mas não detido pela cruz quando, com seus lábios,
disse: “Está consumado”, ou seja, “Vocês estão livres”.

Quando olhei para ele no calvário pude ver...
...os ouvidos de um homem que ouvia.
Ouvia o grito de socorro dos necessitados.
Ouvia as palavras de insegurança dos
seus discípulos quando eles, diante do mar
em fúria, diziam: “Olhem! Eis um fantasma!”
Mas Jesus chegava dizendo: “Sou eu! Não temais!”

Quando olhei para ele no calvário pude ver...
...um homem que, ainda em carne,
foi perfeito em sua missão.
Um Mestre que se esforçou para
nos deixar ensinamentos preciosos.
Em seu curto tríplice ministério desgastou-se
para que pudéssemos aprender com Ele.
Doou seu próprio sangue para nos curar.
Por isso, quando estou aos pés da cruz,
não vejo simplesmente um homem crucificado,
mas vejo um Mestre a dar sua última aula
trazendo uma grande lição de vida...
...”De graça recebestes, de graça daí (Mt. 10.8b)”.

EU SOU TEU, E TU ÉS MINHA

EU SOU TEU, E TU ÉS MINHA
Natanael V. Ferreira


Sobre pedras eu andei
Mas meus pés eu não feri
Muitas rosas eu peguei
Entre espinhos me conduzi

Se eu soubesse que o amor
Exigia tanto assim
Talvez não tivesse a caminhar
Por caminhos que já percorri

Para alguns o amor é tudo
Para outros já é nada
Pois não sabem o valor
De ter ao lado a amada

Passou-se cinco anos
E eu aqui estou
Antes era menino
Mas agora homem sou

Muitas pontes construi
Em oásis me encontrei
Hoje posso desfrutar
Daquilo que um dia projetei

Por valados, becos, e vielas
Perseverando sempre passei
Com uma linda mulher ao meu lado
A esposa que sempre amei

Lágrimas havia em nossos olhos
Mas isto não denotava o fracassar
Sempre melhor foi estar em dois
Pois um pelo outro poderia orar

Desavenças na caminhada
Começavam a existir
Olhando para minha amada
Quando ela estava a dormir
Eu assim afirmava: “Não vou tão logo desistir”

Por ela darei minha vida
Se isso for necessário
Não importando o momento precário
Pois sinto que a cada ano que passa
Nosso amor fica mais e mais extraordinário
E quando nossa história alguém contar
Muitos nos verão como lendários

O elo que há entre nós
Só Deus é quem pode quebrar
Mas se Ele nos uniu
Quem isto vai revogar?

Nosso amor é tão profundo
Que até o oceano ali naufragaria
E é tão alto e inatingível
Que até o céu não o alcançaria

Este grande amor que falo
É somente para nós dois
Amada e querida minha
Dona das fortes emoções
Perante o compromisso eterno
Unimos os nossos corações
Sou grato ao meu Deus hoje
Que ouviu minhas orações

COM ELE

COM ELE
Natanael V. Ferreira



Com Ele...
...eu venço muralhas;
Derroto exércitos;
Atemorizo leões;

Sim.
Com Ele...
...a vida matinal é peculiar;
O olhar para o céu é deslumbrante;

Oh, sim.
Com Ele...
...meu espírito prossegue;
Minha alma agradece;
O meu corpo jamais desfalece;

Com Ele...
...rejo milhões;
Ensino o Seu caminho a milhares;
E todos eles aprendem qual é o Seu caminho;

Com Ele...
...mergulho no profundo oceano;
Atravesso o mais temido vento;
Cavo nos pedregais do mais profundo vale,
sem me preocupar com ferimentos,
pois sei que nisto há uma recompensa;

E ao cume do monte eu vou. E com Deus agora estou.
Com Ele andei até este momento.
E para sempre com Ele estarei.

A LITEIRA DE SALOMÃO

A LITEIRA DE SALOMÃO
Natanael V. Ferreira


“Eis que é a liteira de Salomão; sessenta valentes estão ao redor dela, dos valentes de Israel. Todos armados de espadas, destros na guerra; cada uma com sua espada à cinta, por causa dos temores noturnos” (Ct. 3.7,8).
         A liteira era um transporte de realeza onde era levado somente uma pessoa. Tratava-se de uma cama ou carro fechado no qual o rei era levado para muitos lugares importantes. Sessenta dos homens mais valentes de todo Israel o cercavam como guarda-costas. Era feito de madeira do Líbano. A liteira era um lugar confortável onde o rei se sentava ou se reclinava sendo carregado por cavalos, camelos ou por quatro homens. Algumas eram esculpidas em madeira ornamentadas com ouro, prata e pedras preciosas, e algumas vezes tinha sobre ela uma pequena tenda confeccionada com prata, ou com cetim, ou com tecido feito de fios de ouro e prata.
         Quando olhamos com a visão bíblica para esta liteira de Salomão, enxergamos os quatro Evangelhos que nos traz mensagens de SALVAÇÃO. Assim como a liteira, a salvação também é individual. Não é possível uma pessoa salvar a outra, pois a liteira carrega somente um por vez. Jesus disse – “Aquele que entrar por mim encontrará salvação” (Jo 10.9). O ouro simboliza a glória de Deus. A prata simboliza redenção. Os quatro homens que levam a liteira são os quatro Evangelhos. Mateus – apresenta Jesus como o Rei, isto é, Aquele que está dentro da liteira. Marcos – apresenta Jesus como o Servo de Deus, isto é, Aquele que carrega a liteira levando o homem a obter a salvação pela fé. Lucas – apresenta Jesus como Filho do Homem. Aquele que sofreu como a madeira cortada na floresta, usada para esculpir a liteira. E João – apresenta Jesus como o Filho de Deus. O Grande Exaltado demonstrado nas pedras preciosas e em cada detalhe confeccionado dentro e fora da liteira. Os sessenta valentes de Israel que ficam ao redor para proteger trata-se de um número simbólico, demonstrando o agir provedor e a proteção de Deus para como os salvos, pois escrito está – “Todos os valentes estão armados para proteger, por causa dos temores noturnos” (Ct. 3.8).
“Como água fresca para a alma cansada, assim são as boas novas vindas da terra distante” (Pv. 25.25).

SE QUERES ACABAR, BASTA TIRAR

SE QUERES ACABAR,
BASTA TIRAR
Natanael V. Ferreira



Se queres acabar com um professor...
...basta tirar seus livros;
Se queres acabar com o pregador...
...basta tirar a unção;
Se queres acabar com o cantor...
...basta tirar a sua voz;
Se queres acabar com o poeta...
...basta tirar a inspiração;
Se queres acabar com o compositor...
...basta tirar as letras da sua mente;
Se queres acabar com o pássaro...
...basta tirar suas asas;
Se queres acabar com a águia...
...basta tirar dela o céu;
Se queres acabar com o cavalo...
...basta tirar dele a sua força;
Se queres acabar com o soldado...
...basta tirar dele a pátria do seu coração;
Se queres acabar com um país...
...basta tirar de dentro dele os seus valentes;
Se queres acabar com a guerra...
...basta tirar a desunião;
Se queres acabar com a fome...
...basta tirar o egoísmo;
Antes de procurar acabar
com alguma coisa boa da sua vida,
procure analisar se...
...você não vai sentir falta dela;
Se você não vai ter de reconstruí-la futuramente;
Ou se não vai fazer falta para alguém um dia;